O Monstro e o Carniceiro: Klaus Barbie e Ivan Grozny

quarta-feira, 22 de setembro de 2010 , Postado por Tatiana C. Mendes em 01:52




Antes de iniciar qualquer coisa, vale ressaltar que 'caçadores nazistas' é o termo utilizado para definir um seleto grupo de agentes secretos, justiceiros judeus que caçam e capturaram os homens mais malvados do século XX. Muitos 'monstros assassinos' - Nazistas - foram localizados e, posteriormente, capturados após um árduo trabalho dos caçadores; um exemplo de dura caçada é o que segue:


Klaus Barbie
Klaus Barbie era chefe da Gestapo em Lyon, na França, durante a Segunda Guerra Mundial. Seu trabalho era esmagar a Resistência Francesa e suas atrocidades lhe renderam o apelido de 'O Açougueiro de Lyon'. Em 6 e abril 1944, ele ordenou uma invasão a uma escola e enviou crianças judias (algumas com apenas três anos de idade) para Auschwitz. Responsável pelas mortes de mais de 4 mil mulheres e homens franceses, Barbie desapareceu depois da guerra.

"Ivan, O terrível"
Já “Ivan, o Terrível”, também conhecido como Ivan Grozny e Ivan Marchenko, era um guarda ucraniano tremendamente brutal que trabalhava no campo de extermínio de Treblinka. Depois que os prisioneiros saíam dos trens, eram obrigados a ficar nus e seguiam por um corredor estreito, cercado por arame farpado, até as câmaras de gás; da chegada à morte, o percurso durava apenas uma hora. Era nítido que Ivan, o Terrível, adorava sua função: operar os motores a diesel que moviam as câmaras de gás. Curiosamente, ambos foram julgados ao mesmo tempo e seus casos suscitaram questões semelhantes.

Klaus Barbie foi caçado por uma equipe formada pelo casal Serge e Beate Klarsfeld. Serge é um judeu francês cujo pai foi preso pela SS e deportado para Auschwitz, onde morreu. Beate é filha de um soldado de Wehrmacht. Os dois caçadores de nazistas se casaram em 1963 e vivem em Paris. Ivan, o Terrível, foi perseguido pelo Procurador-Geral do Estado de Israel, Yona Blatman. Nenhum destes caçadores estava diretamente envolvido na guerra, já que pertencem à próxima geração.

Klaus Barbie, o Açougueiro de Lyon, foi responsável pela morte de milhares de franceses, mas não enfrentou a justiça dos Aliados em 1945. Como o início da Guerra Fria, Barbie trabalhou com o espião da Unidade de Contra-Inteligência dos Estados Unidos na Alemanha Ociental, fornecendo informações sobre os agentes comunistas na Europa. Houve algumas tentativas de interrogá-lo sobre seu passado, mas sua utilidade sobrepujou o desejo de puni-lo. Barbie foi outro grande exemplo da ambiguidade de um país aliado em relação aos crimes nazistas.

Quando os franceses souberam que Barbie estava trabalhando para os norte-americanos, ficaram furiosos e exigiram sua extradição. Sua presença se tornou constrangedora, mas os Estados Unidos estavam pouco dispostos a entregá-lo às autoridades francesas. Eles temiam que seus conhecimentos sobre o serviço secreto norte-americano pudessem vazar para agentes comunistas.

Em vez disso, os Estados Unidos ofereceram uma rota de fuga a Barbie. Ele seguiu uma rota criada pela rede ODESSA, do sul da Alemanha para Gênova, e pegou um navio para a América do Sul. Barbie recebeu US$5 mil e um novo nome, Klaus Altmann. Finalmente, ele se estabeleceu em La Paz, na Bolívia, e se tornou um rico homem de negócios.

Enquanto isso, Serge e Beate Klarsfeld conquistavam uma grande reputação como caçadores de nazistas. Em 1966, Beate foi despedida de seu emprego como jornalista depois de ter feito campanha contra o Chanceler da Alemanha Ocidental, Kurt Kiesinger. Foi o início de uma carreira de ativista com grande destaque na mídia. Em 1971, Serge e Beate tentaram sequestrar Kurt Lischka, um ex-chefe da Gestapo, e o entregaram para as autoridades francesas para ser julgado. Eles foram condenados a dois meses de prisão, mas a sentença foi suspensa depois de protestos internacionais.

Serge e Beate Klarsfeld então se voltaram para Klaus Barbie e o encontraram primeiramente no Peru, mas ele conseguiu fugir para a Bolívia. Apesar de Barbie ter sido protegido durante muito tempo pelo serviço secreto norte-americano, os Klarsfelds finalmente o encurralaram. Em uma rara entrevista de televisão em 1972, ele negou ser Klaus Barbie e negou ter qualquer conhecimento de seus crimes.

Mas os Klarsfelds não desistiram. Em 1983, sua incansável pressão política rendeu frutos e Barbie foi preso na Bolívia. A França e a Alemanha pressionaram pela extradição e o Açougueiro finalmente foi deportado. Ele voltou a Lyon, local de seus mais notórios crimes durante a guerra, e acusado de crimes contra a humanidade. Depois de quatro anos de investigações, o julgamento de Barbie começou em maio de 1987. Ele foi condenado à prisão perpétua e, quatro anos depois, morreu de câncer na prisão.

Currently have 4 Opiniões (Dê a sua!):

  1. Anônimo says:

    massa !
    Parabéns pelo post !!

  1. Anônimo says:

    O mais terrível é que os EUA Protegendo bandido não é novo, mas hoje e depois da 2° Guerra Mundial os EUA fez e faz alguma das estratégias dos Alemães nazistas!

  1. Anônimo says:

    O mais terrível é que os EUA Protegendo bandido não é novo, mas hoje e depois da 2° Guerra Mundial os EUA fez e faz alguma das estratégias dos Alemães nazistas!

  1. Anônimo says:

    Esse são apenas alguns dos muitos que foram aliados dos EUA. No post so não foi mencionado a colaboração dos argentinos em especial Evita Peron que colaborou e muito com a fuga de Nazistas famosos como Mengele e companhia.

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