Museu Dupuytren de Anatomia Patológica de Paris
domingo, 5 de setembro de 2010
, Postado por Tatiana C. Mendes em 00:22
O Museu Dupuytren, que conta com um acervo de milhares de peças, como cérebros, ossos, fetos, tumores, hipertrofias, fica localizado na antiga faculdade de Medicina de Paris. Foi inaugurado em 1835 por Mathieu Orfila (1787-1853), sucessor do renomado médico/ professor Barão Guillaume Dupuytren (1777-1835), um verdadeiro apaixonado por anatomia patológica. Orfila criou o museu para atender a um dos desejos de seu amigo e mestre, antes da morte; o “Dupuytren” fica aberto diariamente para visitações, com exceção de feriados e férias universitárias.
Gira em torno do museu toda uma história, desde seu local de instalação, que é o antigo refeitório do Convento Cordeliers, local onde a faculdade de Medicina de Paris está instalada (a quem o museu está “subordinado”). No museu estão reunidas coleções de todo o corpo docente da Universidade de Paris. O primeiro catálogo do “Dupuytren” foi elaborado em 1836 e 1842 já contando com cerca de mil ‘espécimes’; no final de 1870 já havia mais de seis mil peças no museu.
Devido ao rápido crescimento das coleções, o espaço para o funcionamento do museu chegou a ser considerado pequeno e houve um projeto para ampliação do espaço, de forma que todo o edifício se transformasse em um Instituto Patológico – um projeto que não foi concluído.
Em meados de 1900, apesar das coleções existentes sempre estarem sendo mantidas, além da aquisição de novas peças, a manutenção do museu tornou-se problemática; por volta de 1914, pouco antes da 2ª guerra, foi incorporada ao museu uma importante coleção de lesões ósseas e malformações. Em 1924 o edifício (as salas onde o museu estava instalado) foi evacuado, nesta época muitas coisas se perderam, pois foram divididas em dois lotes: no 1º andar do edifico e em uma caverna. Em 1937 foi ordenado que o museu fosse fechado em definitivo. Contudo, em 1967, Jacques Delarue remodelou o museu e o fez funcionar novamente. Ainda hoje a coleção mantida pelo Museu Dupuytren é extraordinária, contando com exemplares ainda do século XVII, bem como modelos anatômicos de cera, livros, peças de exumação e fotografias, além de ‘algumas partes’ de pacientes conservadas em álcool/ formol pelo grande anatomista Paul Pierre Broca.
Muitas das peças foram feitas pelo próprio professor Dupuytren, juntamente com seus amigos, professores e médicos, Cruveilhier, Corvisart, além de algumas peças em glicerina preparadas pelo senhor Laennec. Atualmente o museu, que continua instalado no mesmo local onde foi criado, está distribuído em quatro salas que guardam cerca de três mil peças (devido ao fato de que muitas se perderam com o tempo); mais de quinhentas peças necessitam de restauração, dentre estas estão cérebros que serviram para identificar afasia (perda da capacidade e da habilidade para falar e escrever; deterioração da linguagem, causada por doenças como AVC, tumores, meningite, esclerose múltipla, tensão metabólica - intoxicações, epilepsia). Existe no museu um laboratório dedicado à restauração das peças.
Mas... O que falta, até hoje, são incentivos para a continuidade da obra do professor Dupuytren, uma pena, pois o Museu Dupuytren é um verdadeiro patrimônio científico/ médico. Então... É isso: se for a Paris e não se impressiona tão fácil assim, visite o museu. Mas antes, veja algumas imagens:
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