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Em Jundiaí, interior de São Paulo, a polêmica da vez é a seguinte: livro utilizado por alunos do ensino médio, da rede pública de ensino, é considerado erótico; deixemos claro que tal consideração é por parte de ‘alguns’ pais de alunos.

O livro “Cem Melhores Contos Brasileiros do Século” contém textos de autores famosos como Clarice Lispector, Mário de Andrade, Machado de Assis, entre outros. O conto que tem causado mais polêmica é “Obscenidades para uma Dona de Casa”, de Ignácio Loyola Brandão.

A denúncia foi feita pelo pai de duas alunas, o mesmo considera o conto inapropriado, principalmente ao que tange a linguagem utilizada para descrever e traduzir as cenas “criadas” pelo autor; a narrativa, de maneira bastante resumida, se encaminha para o seguinte: uma mulher recebe cartas de um desconhecido, tais cartas descrevem atos sexuais de maneira detalhada e...

As filhas do pai (sem trocadilhos) que fez a denúncia ao Ministério Público também se dizem constrangidas, principalmente tendo em vista as brincadeiras que são feitas em sala de aula por causa do conto; algo bem corriqueiro entre adolescentes, inclusive.

Educadores, psicólogos e até mesmo uma comissão de professores universitários que foram chamados para analisar a obra e a situação, já afirmaram que não existe problema algum com o livro. O único aspecto a ser frisado é de que os PROFESSORES devem estar aptos e preparados para trabalhar com o tema – o que, convenhamos, não é bem a realidade brasileira (ainda existem muitos professores despreparados por aí)... Isso tendo em vista que existem alunos imaturos, como muitos adultos ainda o são, que podem levar a “coisa” para outro lado.

Deve ser ressaltado, conforme já fez a Secretaria Estadual de Educação, que o livro “Cem Melhores Contos Brasileiros do Século” já foi adotado pela rede privada de ensino, portanto não existe problema algum em utilizar a obra para trabalhar com alunos da rede pública.

Agora fiquei cá comigo pensando... Certo, o conto pode ser um tanto quanto exagerado, ao que tange o vocabulário, mas NUNCA será mais “pesado”, ou explícito, do que o que os adolescentes dizem, vêem e fazem por aí – principalmente na Internet. Os pais deveriam estar preocupados com outras coisas: educação dos filhos, redes sociais, sites visitados, os amigos da “rua”, da virtualidade etc e tal. Além do que, o livro está embebido na mais pura e cristalina literatura! – É um privilégio estudar este tipo de obra.

Analisando de maneira bastante objetiva e com um olhar que ‘passa longe’ da hipocrisia e do puritanismo escrachado, tal obra, se bem trabalhada nas escolas, pode ainda servir de ‘ponte’ para a introdução da educação sexual como disciplina, ou um complemento, que seja, da matéria, enfim... Tudo depende da realidade e do contexto da escola e, óbvio, da preparação do professor e da realidade cultural de cada aluno: o que será que estes adolescentes têm visto em casa?...  Para finalizar, façamos melhor, como “cada um tem seu cada qual”, e as opiniões, bem como as divergências, devem ser respeitadas, leia o conto e tire duas próprias conclusões clicando aqui. 

Fonte: http://g1.globo.com/