Vírus Fatais - Ameaças Invisíveis que Assolam a Humanidade

domingo, 19 de setembro de 2010 , Postado por Tatiana C. Mendes em 00:12

São cinco vírus, praticamente fatais, que serão mostrados a seguir; os mesmos se manifestaram diversas vezes em forma de epidemias e, ou, ainda, pandemias mais amenas – casos isolados também ocorrem; tudo depende de prevenção, monitoramente e controle da situação, por parte das autoridades responsáveis, bem como dos infectados, principalmente ao que tange o comparecimento em massa quando ocorrem campanhas de vacinação preventiva.



Vírus da Febre Amarela
Vírus da Febre Amarela

A epidemia da febre amarela agora só acontece na África do Sul, mas uma grande epidemia ocorreu na Filadélfia em 1793. Neste caso, uma menina com icterícia e febre, que estava vomitando sangue, morreu em 5 de agosto (1793). A fonte de sua infecção não foi determinada, mas hoje a possibilidade aceita é que uma mordida de mosquito foi responsável pela transmissão da infecção na América do Norte.

Nas próximas duas semanas, muitas outras pessoas morreram com os mesmos sintomas. O prefeito aconselhou as pessoas a deixarem à cidade, ou evitar os doentes e manter as ruas limpas.

Em meados de setembro de 1793, morriam até 94 pessoas todos os dias. As cidades vizinhas estabeleceram casas de quarentena, e fizeram bloqueios nas estradas para evitar que pessoas doentes ou portadores chegassem até elas. As taxas de mortalidade aumentaram ainda mais no início de outubro.

Os moradores negros acreditavam que eram imunes e ficaram para cuidar dos doentes, mas eles também sucumbiram à doença e morreram.

No fim de outubro, o tempo esfriou e com ele, veio à geada, o que pode ter acabado com os surtos anteriores. No fim de outubro, não havia mais pacientes com febre amarela na cidade. O surto causou cerca de 5.000 mortes; um décimo da população na época.



Vírus da Gripe
Vírus Gripe Aviária

A origem exata, localização e subtipo do vírus da epidemia de gripe de 1918 ainda não estão claros, apesar de poder ter se desenvolvido a partir de um vírus similar ao da gripe aviária. Possíveis surtos anunciadores em 1915, 1916 e no início de 1918 geraram uma circulação inicial do vírus precursor em humanos, o que acabou tornando o mesmo presente em todo o mundo.

A epidemia se espalhou em três ondas durante 12 meses, de 1918 a 1919, e ocorreu simultaneamente em várias regiões. Apesar de a primeira onda ter sido predominante nos EUA em março de 1918, ela também afetou a Europa e a Ásia, infectando tanto humanos quanto porcos. O pico da taxa de mortalidade ocorreu em junho de 1918, quando cinco em cada 1.000 pessoas faleciam devido ao vírus.

A segunda onda se espalhou globalmente, pelos hemisférios Norte e Sul, de setembro a novembro, uma época incomum para surtos de gripe. Apesar do pico da taxa de mortalidade ter sido de 25/1.000 em novembro de 1918, as autoridades foram incapazes de deter a disseminação do vírus.

A terceira onda, representando a transmissão do mesmo vírus, ou de variantes dele, ocorreu no início de 1919. A taxa de mortalidade em março daquele ano foi de 15/1.000. O número total de mortes foi estimado em mais de 50 milhões em todo o mundo. Geralmente a morte ocorria em progressão rápida, da gripe simples para uma pneumonia fatal, e atingia principalmente os jovens.

Em 1918, só havia grupos de apoio, mas hoje existem organismos internacionais como o Centro for Desease Control & Prevention (CDC Centro de Prevenção e Controle de Doenças), que acompanha o desenvolvimento de epidemias e alerta o público. Já existiam vacinas contra algumas cepas e tratamento anti-virais contra a gripe, como a rimantadina e o oseltamivir, mas teme-se que novas cepas causem a próxima epidemia.




Vírus HIV
Vírus HIV atacando uma célula

Através de estudos retrospectivos de amostras de sangue, acredita-se que a morte de um homem em 1959, no Congo, tenha sido o primeiro caso de HIV-1. A fonte provável foi um chimpanzé infectado. Não se sabe exatamente como a infecção passou a atingir seres humanos, ou como ela atravessou os continentes, mas ao longo de muitos anos o vírus se espalhou silenciosamente pela África e outros locais.

De 1979 a 1981, tipos raros de pneumonia, câncer e outras doenças, não encontradas normalmente em pessoas com sistemas imunológicos saudáveis, começaram a ser registrados entre a população homossexual masculina americana. A transmissão por transfusões, agulhas compartilhadas, mãe-bebê, e em menor grau, relações heterossexuais, surgiram mais tarde.

Em 1983, quando o Instituto Pasteur da França isolou o vírus, havia 8.000 casos confirmados de HIV, com 3.700 mortes apenas nos EUA. Em 1987, a Organização Mundial da Saúde calculou a existência de 150.000 casos em todo mundo, apesar de muitos países negarem sua existência dentro de suas fronteiras. Campanhas de saúde pública sobre sexo seguro e abuso de drogas foram promovidas para reduzir a disseminação do HIV.

Em 1987 surgiu o primeiro tratamento, o AZT. Nos anos seguintes, foi lançada uma variedade de drogas anti-retrovirais, incluindo inibidores de protease e inibidores de entrada, apesar de ainda se aguardar uma vacina contra o vírus. Em 1990, as estimativas da OMS subiram para um milhão de pessoas vivendo com HIV/AIDS em todo o mundo. Em 2001 este número chegou a mais de 31 milhões.

Novembro de 2006. Estatísticas da OMS revelam a existência de 40 milhões de pessoas com HIV/AIDS em todo o mundo, com cinco milhões de novos casos a cada ano. As áreas mais seriamente afetadas são a África Sub-Saariana (25 milhões) e o Sudeste da Ásia (8 milhões), mas a pandemia está crescente na China, Índia, Rússia e Leste Europeu.



Vírus do Sarampo
Vírus do Sarampo

O sarampo é endêmico no mundo em desenvolvimento. Cerca de 30 milhões de casos ocorrem anualmente, causando 700.000 mortes. Nos países desenvolvidos, este padrão endêmico foi interrompido por programas de vacinação. O sarampo foi declarado erradicado nos EUA em 2000, mas casos esporádicos ainda ocorrem em pessoas não-vacinadas, e epidemias podem surgir em grupos com baixo índice de vacinação.

Em 2005, um surto ocorreu pela transmissão de sarampo em uma população de crianças, cujos pais haviam se recusado a vaciná-las por questão de segurança, em particular, por hipóteses não comprovadas de uma ligação entre a vacina MMR e o autismo.

Uma garota não vacinada de 17 anos, que retornava da Romênia para Indiana, com sarampo incubado, compareceu a um encontro com cerca de 500 pessoas, das quais 50 não apresentavam evidência da imunidade à doença. Nas próximas seis semanas, 34 casos de sarampo foram confirmados, 94% dos quais em indivíduos não vacinados. Uma falha na vacina ocorreu em duas pessoas.

Medidas de contenção, como o isolamento dos doentes até que não sejam mais contagiosos, foram tomadas depois que 20 pessoas já haviam se infectado; a doença se restringiu, em grande parte, às crianças cujos pais se recusaram a vaciná-las.

As taxas de vacinação contra o sarampo em Indiana eram de 92% em pré-escolares e de 98% em secundaristas, o que evitou uma disseminação maior de uma epidemia mais grave. A manutenção de altas taxas de cobertura na vacinação, incluindo estratégias de comunicação com pessoas que recusam a vacinação, é necessária para prevenir futuros surtos.



Vírus Ebola
Vírus do Ebola

O Ebola foi reconhecido pela primeira vez em 1976 no Zaire (hoje república Democrática do Congo), durante um surto que matou 280 entre 318 pessoas que haviam contraído a doença. Outro surto ocorreu no Sudão naquele ano (284 casos, com 151 mortes). Casos individuais na Inglaterra em 1976 e nos EUA, Itália e Filipinas, de 1989 a 1996, foram ligados a acidentes em laboratórios e transmissão por macacos destinados a experiências em laboratório.

Outro surto africano na selva do Gabão em 1994 matou 31 entre 52 indivíduos infectados. Seguiu-se uma epidemia no Kikwit, (Congo) em 1995, com 315 casos registrados. O contágio ocorreu através de famílias e funcionários de um hospital que tiveram contrato com um trabalhador da floresta. Duas outras epidemias no Gabão ocorreram de 1996 a 1997, através de caçadores que haviam entrado em contato com chimpanzés selvagens infectados, e se espalharam rapidamente.

De 2001 a 2002, três áreas de Uganda foram afetadas por epidemias, nos distritos de Gulu, Masindi e Mbarara. A maioria dos 425 pacientes havia comparecido ao funeral de uma vítima de febre hemorrágica ebola, eram parentes ou haviam fornecido cuidados médicos a pacientes com ebola sem usar as medidas de proteção pessoal adequada.

Outras epidemias no Gabão e República do Congo, de 2001 a 2003, e no Sudão em 2004, apresentaram padrões similares. Surtos imprevistos e repentinos disseminaram-se rapidamente, com alta taxa de mortalidade. Um surto de sarampo ocorreu simultaneamente ao mais recente surto sudanês, e em muitos casos houve confusão no diagnóstico.

Os surtos do ebola são difíceis de prever e monitorar, e não há tratamento além de terapia de apoio. A erradicação é extremamente difícil, já que o vírus possivelmente ocorre em grupos de primatas não identificados de uma grande reserva natural. Prevenção através do reconhecimento precoce dos casos, atendimento médico com medidas de proteção, isolamento e controle da infecção são atualmente as únicas opções.

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