Dilma e Erenice Guerra: o que fica após o escândalo? (repercussão internacional)

sexta-feira, 17 de setembro de 2010 , Postado por Tatiana C. Mendes em 13:16



O escândalo que fez com que a Ministra Chefe da Casa civil, - em substituição a Dilma Rousseff -, pedisse demissão, ganhou repercussão em diversos jornais internacionais, segundo a BBC Brasil:

O britânico The Times traz um artigo assinado pela editora da coluna internacional do jornal, Bronwen Maddox, intitulado “Acusações de corrupção tiram o brilho da sucessora de uma superestrela”.

O artigo comenta que a vitória de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais, com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é dada quase como certa, mas diz que as acusações de corrupção contra a aliada próxima podem reduzir sua liderança ou mesmo “ofuscar o início de sua presidência em um momento crucial para o Brasil”.

A ministra Erenice Guerra, braço-direito e sucessora de Dilma Rousseff na Casa Civil, anunciou na quinta-feira sua demissão do cargo após duas denúncias sobre suposto tráfico de influência e cobrança de propinas envolvendo seus filhos.

Erenice Guerra negou as acusações e disse que deixaria o cargo para se defender do que chamou de “sórdida campanha” para “desconstruir” sua imagem.

O artigo no Times observa que, “apesar de as acusações terem sido negadas por um coro estridente, elas reduziram o ímpeto (de Dilma Rousseff), e uma vitória clara no primeiro turno, no dia 3 de outubro, não pode mais ser presumida... Apesar de a vitória agora parecer inevitável, o endosso de seu mentor (Lula) não a pode proteger totalmente desses danos”, diz.

Já o diário espanhol El Pais, desta sexta-feira, traz uma reportagem assinada pelo correspondente no Rio de Janeiro, Francho Barón, com análise semelhante.

A chuva de acusações de tráfico de influências e corrupção que salpicou nos últimos dias a candidata à Presidência do Brasil, Dilma Rousseff, precipitou a saída fulminante da até ontem ministra da Casa Civil e ex-colaboradora próxima de Rousseff, Erenice Guerra”, informa o texto.

Para o jornal, “o escândalo ameaça impactar de forma negativa na brilhante campanha eleitoral de Rousseff”. O texto comenta que a candidata de Lula “acusa a oposição de jogar sujo na reta final da corrida eleitoral aventando acusações sem fundamento contra pessoas à sua volta”.

O jornal americano, The Wall Street Journal, também destaca o assunto em sua edição desta sexta-feira, com um texto intitulado “Escândalo Ofusca Candidata no Brasil”.

Pelo fato de Guerra ser ex-braço-direito de Dilma Rousseff, a ex-chefe da Casa Civil do presidente e sua candidata escolhida para a Presidência, o escândalo é uma recordação de outras acusações de corrupção que mancharam o popular Partido dos Trabalhadores”, diz o jornal.

O texto observa que as acusações não devem mudar o resultado da eleição no dia 3 de outubro, mas “forçaram o governo e a campanha de Rousseff a trabalhar em modo de controle de danos”.

O jornal comenta que no passado os eleitores brasileiros ignoraram escândalos de corrupção quando os candidatos não pareciam estar diretamente envolvidos e que o próprio Lula foi beneficiado por esse fato nas eleições de 2006, após o escândalo do mensalão: “A mesma coisa deve acontecer com Rousseff, cujo sucesso na campanha é longamente atribuído ao apoio de Lula, que está impedido pela lei de concorrer a um terceiro mandato consecutivo”, diz o Wall Street Journal.

O jornal observa que, “com poucas outras armas” para tirar a vantagem de Dilma, o principal candidato opositor, José Serra, do PSDB, intensificou seus ataques para tentar ligar a candidata do governo ao escândalo envolvendo Erenice Guerra e a um escândalo anterior, no qual funcionários da Receita Federal foram acusados de acessar informações sigilosas de pessoas ligadas a candidatos da oposição.

Após tudo que foi dito por todos estes grandes jornais, o que dizer? É unanimidade o sucesso da campanha de Dilma Rosseff! Mesmo que ocorra o tal “ofuscar”, o que acaba sendo algo inevitável após alguns escândalos e acusações sem provas... Dilma Rousseff, no final de tudo, se beneficiará da situação; um breve ofuscar virá acompanhado de uma grande vitória – já aconteceu o mesmo em 2006, como bem lembrou um dos jornais americanos. 

A estratégia de Serra? (Se é que podemos chamar o que o Serra tem feito de estratégia; só se for furada!).   Ainda afirmo: totalmente errada. Ficar atacando, “atirando” pra todo lado, não pode trazer beneficio algum, muito pelo contrário, isso só faz com que as pessoas pensem que todos os escândalos foram e/ ou, estão sendo, forjados – e eu não duvido! O desespero faz coisas... E Dilma continua ‘jogando limpo’: que venha três de outubro!

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